Entrevista com o desembargador Luciano Guimarães Mata

Luciano Guimarães Mata, advogado desde 1995, especializado em Direito Eleitoral, Diretor da EJE/AL de 25/04/2011 a 02/06/2014. Posse no último biênio como desembargador eleitoral efetivo em 05 de junho de 2012.
01- Quando assumiu, quais as suas expectativas?
No Pleno, aprender a difícil tarefa de julgar, dar uma colaboração à Justiça Eleitoral com minha relativa experiência na área. Já na Escola Judiciária Eleitoral (EJE), investir na qualificação dos magistrados, promotores e servidores no segmento jurídico eleitoral, permitindo a atualização constante em atividade que a instabilidade e a dinâmica são as características.
02- Foram atingidas?
Dentro do possível sim (risos). Julgar é a mais difícil das artes. Já a EJE me deu grandes alegrias mesmo à custa de sacrifícios pessoais imensos. A educação é a essência da transformação do ser humano em qualquer etapa da vida. Há um campo muito grande a ser cultivado pelas EJEs. E será.
03- O que o Sr. Espera como profissional na volta à advocacia?
Que o patrimônio construído no desempenho desses oito anos de função eleitoral montados na dignidade, coerência, respeito e honestidade na função de julgar, me sirvam na dura rotina da advocacia.
04- Qual o seu maior orgulho?
Como julgador, o de seguir sempre uma interpretação jurídica que case com minhas convicções julgadoras, mesmo sem medo de reformar um ponto de vista quando diante de um pensamento mais correto que o meu. Mas ao mesmo tempo ficando isolado, se for o caso de ter certeza de estar conscientemente certo. Foi o que se deu em 2010, quando fiquei sozinho dizendo que a Lei da Ficha Limpa não valeria para aquele pleito por respeito à anualidade eleitoral (art. 16 da Constituição Federal). Como diretor da Escola Judiciária Eleitoral foram muitos: a equipe, os cursos, o Codeje (Colégio Nacional de Dirigentes de Escolas Judiciárias Eleitorais), do qual fui honrado o primeiro presidente.
05- Alguma Decepção?
Basicamente a burocracia estatal, que atrapalha alguns projetos importantes. Outras vezes, a dificuldade que se tem de entender que a celeridade do julgamento eleitoral não significa ausência de debate.
06 – O que espera do futuro da EJE?
Que fique maior e melhor com seu novo diretor, muito mais qualificado do que eu, o Desembargador eleitoral Alberto Jorge Correia. Há muito o que fazer: cursos para servidores, juízes e promotores, sempre.
07- Considerações finais.
Ao sair, tenho firme em mim, o sentimento de dever cumprido, a felicidade de ter colaborado à justiça do meu país, humildemente convicto de que, assim como o Pequeno Príncipe de Antoine Saint Exupery ("o tempo que perdeste com sua rosa é o que lhe a fez cativar por ela") foi o tempo que dediquei ao desembargo eleitoral que reforçou o meu amor pela Justiça Eleitoral.
(AC)