Dia dos Povos Indígenas: aumenta em 32% o número de vereadores indígenas eleitos

Nordeste é a região com a maior quantidade de eleitos autodeclarados pertencentes a alguma etnia

Dia dos Povos Indígenas: aumenta em 32% o número de vereadores indígenas eleitos

No Dia dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (19), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destaca um marco importante para a representatividade política dessa população no Brasil: em 2024, o número de vereadoras e vereadores autodeclarados indígenas cresceu 32% em relação ao pleito municipal anterior, totalizando 242 eleitas e eleitos em 134 cidades brasileiras.  

Pela primeira vez desde 2016, a região Nordeste superou a região Norte – historicamente líder nesse indicador – com 87 vereadores indígenas eleitos contra 77 no Norte. Ao todo, os parlamentares indígenas eleitos pertencem a 83 etnias diferentes.  

Esse avanço acompanha outras tendências positivas de engajamento político indígena. Entre 2020 e 2024, o número de candidaturas autodeclaradas indígenas aumentou 15%, passando de 2.223 para 2.578 registros. Também nas urnas, a participação se destaca: em 2024, o índice de abstenção entre eleitores indígenas foi o menor entre todos os grupos étnico-raciais – apenas 13%.  

Iniciativas da Justiça Eleitoral  

Desde 2021, a Justiça Eleitoral investe em ações para promover a inclusão dos povos indígenas no processo eleitoral. Essas iniciativas abrangem desde a criação de seções eleitorais em aldeias até a produção de materiais educativos bilíngues, visando garantir o pleno exercício da cidadania por essas comunidades.​  

Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE - Em comemoração ao dia do Índio - 19.04.2025

O TSE implementou a Resolução nº 23.659/2021, que introduziu campos específicos para identificação de etnia e língua no cadastro eleitoral. Essa medida permitiu um mapeamento mais preciso do eleitorado indígena, facilitando ações direcionadas.   

No ano seguinte, foi criada a Comissão de Promoção da Participação Indígena no Processo Eleitoral, liderada por Samara Pataxó, com o objetivo de ampliar a presença indígena em todas as fases das eleições, respeitando suas culturas e organizações sociais. ​  

Em 2024, ano de eleições municipais, o TSE distribuiu 21.250 cartazes traduzidos para os idiomas indígenas Nheengatu e Guarani, reforçando o compromisso com a acessibilidade linguística. O material, entregue a zonas eleitorais de sete estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, aborda temas como boca de urna, uso de celular na cabine, justificativa, cola eleitoral e passo a passo do voto.   

Os cartazes em Guarani foram destinados a localidades de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo, enquanto os produzidos em Nheengatu foram enviados ao Amazonas e ao Pará, estados com o maior número de seções eleitorais onde se fala o idioma. A ação amplia o acesso à informação e fortalece a participação consciente das populações indígenas no processo democrático.  

Diversos tribunais regionais eleitorais (TREs) têm desenvolvido projetos específicos:​  

  • TRE-TO: distribuiu cartilhas bilíngues em línguas como Karajá, Xerente, Apinajé e Krahô, além de promover simulações de votação para jovens indígenas, fortalecendo o entendimento sobre o sistema eleitoral. ​ 
  • TRE-PA: implementou o projeto “Originários: Território, Etnia e Voz”, que levou atividades educativas e cartilhas bilíngues à aldeia Sai Cinza, em Jacareacanga, promovendo mais de 300 atendimentos eleitorais. ​ 

Essas ações têm contribuído significativamente para o aumento da participação indígena nas eleições. Em 2022, o número de candidaturas de integrantes dos povos originários cresceu 44,7% em relação a 2018, e o Brasil elegeu seu primeiro governador autodeclarado indígena, bem como outros representantes para o Congresso Nacional. ​  

Vozes originárias  

Neste 19 de abril, o TSE lança um vídeo com participantes do Acampamento Terra Livre 2025. O material reforça a importância de ampliar a representatividade política dos cidadãos que descendem dos primeiros habitantes do território brasileiro.  

O Acampamento Terra Livre 2025 foi realizado entre os dias 7 e 11 de abril em Brasília e reuniu cerca de sete mil pessoas. Essa foi a 21ª edição do acampamento, que é considerado a maior mobilização indígena do país.  

Perfil do eleitorado indígena  

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE - Em comemoração ao dia do Índio - 19.04.2025

O Brasil conta com 173.518 eleitoras e eleitores autodeclarados indígenas, dos quais quase metade (47%) reside na região Norte. Essa parte do país também concentra a maioria das filiações partidárias indígenas, com 4.893 das 9.821 registradas nacionalmente.  

O banco de dados da Justiça Eleitoral identificou 298 etnias distintas entre os eleitores que se reconhecem como pertencentes a alguma comunidade tradicional. Atualmente, há 334 grupos étnicos cadastrados oficialmente no TSE.  

Diversidade na Justiça Eleitoral  

Resolução TSE nº 23.724, publicada em outubro de 2023, estabelece as normas para concursos públicos no âmbito da Justiça Eleitoral. Um dos destaques é a previsão de reserva de vagas para grupos historicamente minorizados:  

  • 20% para pessoas negras; 
  • 10% para pessoas com deficiência; 
  • 3% para pessoas indígenas.  

Origem da data  

O Dia dos Povos Indígenas tem origem no Congresso Indigenista Interamericano, realizado em abril de 1940, em Pátzcuaro, no México. Entre as recomendações do evento, destacou-se a criação de uma data para valorizar as culturas indígenas.  

No Brasil, a celebração foi instituída em 1943. A partir da Lei nº 14.402/2022, o nome oficial passou a ser Dia dos Povos Indígenas, em respeito à diversidade étnica, cultural e linguística dos povos originários brasileiros.  

CA/LC, DB 

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