“Mulher, desafios e possibilidades”. Com esse tema, coube à empresária e publicitária Luana Génot encerrar as atividades do evento “Mulher, presente”, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao longo desta terça-feira (11). O evento é uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

A mesa de encerramento do encontro também foi composta pela presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, e pela desembargadora e secretária-geral da Presidência do Tribunal, Andréa Pachá.

Diga “sim” à igualdade

Luana Génot iniciou sua participação destacando que, mais do que dizer “não” ao racismo, o que a sociedade precisa é dizer “sim” à igualdade racial, pois, no Brasil, as profissões ainda têm raça e gênero. “Muitas vezes, as mulheres e outras pessoas de grupos marginalizados têm oportunidades limitadas, que vão além da desigualdade racial”, afirmou. “Não deveríamos limitar as possibilidades de atuação das pessoas, pois isso se revela um desperdício de talentos”, completou.

Ao falar da representatividade feminina, Génot comentou que a pequena presença de mulheres negras, em vários segmentos da sociedade, ainda reforça um viés de desigualdade. “Para além do talento, precisamos humanizar e ampliar as oportunidades e usar esse talento como um motor que acelere uma pauta de inclusão social para quem está sempre à margem das oportunidades”, resumiu.

Múltiplas identidades

Encerrando sua participação, a empresária ressaltou que “entender as pluralidades existentes equaliza o acesso às oportunidades e acrescenta novos repertórios para as políticas públicas”.  “Todos nós temos múltiplas identidades, e pensar sobre o quanto carregamos dessas identidades só nos humaniza”, afirmou.

Espaço de fala

Ao abrir espaço para as manifestações da plateia, a jovem estudante Bethânia Lambert, de 12 anos, perguntou sobre as dificuldades que as mulheres ainda enfrentam no mercado de trabalho."Gostaria de entender. Na minha escola, eu aprendi que os homens recebiam mais que as mulheres, que os homens negros recebiam menos que as mulheres, e as mulheres negras recebiam menos ainda. E eu quero também agradecer por vocês me escutarem aqui”, disse a pequena.

Mulheres importam

Ao abrir o encontro, na manhã desta terça, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, destacou que o evento teve como objetivo provocar uma reflexão sobre a condição das pessoas humanas, entre as quais as mulheres estão incluídas, além de destacar a importância feminina para a democracia brasileira. A ministra anunciou ainda a criação do Programa Nacional de Incentivo à Participação Feminina na Justiça Eleitoral e à Promoção de Paridade de Gênero nos Tribunais Regionais Eleitorais.

As parlamentares coordenadoras das bancadas femininas no Senado Federal, Zenaide Maia (PSD-RN), e na Câmara dos Deputados, Soraya Santos (PL-RJ), e a juíza e conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Renata Gil foram as debatedoras do painel “Mulher, presente”, que tratou da participação feminina na política. Entre as abordagens, destacou-se a atuação relevante das bancadas femininas no parlamento e os desafios enfrentados por elas.

O evento promoveu também uma roda de conversa para falar sobre os avanços e as dificuldades na busca pela eliminação da desigualdade de gênero. O bate-papo contou com a presença da empresária Luiza Trajano, da produtora cinematográfica Paula Lavigne, da cantora Marisa Monte e da desembargadora Íris Helena Medeiros.

AM/LC, DB