Projeto Meu Título Indígena
O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas implementou o projeto "Meu Título Indígena", uma iniciativa que promoveu um avanço histórico na inclusão eleitoral das comunidades indígenas do estado. Desenvolvido a partir de dezembro de 2023, o projeto enfrentou o grave problema da sub-representação indígena no cadastro eleitoral - que contava com apenas 97 eleitores autodeclarados indígenas em 2022.
Por meio de uma abordagem inovadora que levou os serviços eleitorais diretamente às aldeias, a iniciativa alcançou resultados extraordinários. O número de indígenas cadastrados saltou para 3.598 em 2024, representando um crescimento de 3.607%. Este avanço significativo foi possível graças à realização de ações de cidadania nas comunidades, com equipes do TRE-AL promovendo palestras educativas, distribuindo cartilhas adaptadas à realidade indígena e oferecendo atendimento personalizado.
O diferencial do projeto está em sua metodologia de aproximação, que inverteu a lógica tradicional ao deslocar os serviços eleitorais até as aldeias, em vez de exigir que os indígenas se deslocassem aos centros urbanos. Apesar dos desafios logísticos e da necessidade de superar a desinformação sobre o processo eleitoral, o "Meu Título Indígena" demonstrou como políticas públicas bem direcionadas podem fortalecer a democracia e ampliar a cidadania de grupos historicamente marginalizados.
Fundamentado nos princípios constitucionais de inclusão e equidade, o projeto não apenas aumentou significativamente o cadastro eleitoral indígena, como também estabeleceu um modelo replicável para outras regiões do país, contribuindo para a construção de um sistema eleitoral mais representativo e inclusivo.
Projeto: Meu Título Indígena
I – Identificação do Problema, Análise das Principais Causas, Planos de Melhoria e Resultado Esperado:
Problema Identificado: A sub-representação da população indígena no cadastro eleitoral em Alagoas, com um número muito baixo de indígenas autodeclarados em 2022 (97) no cadastro de eleitores.
Análise das Causas: A falta de acesso aos serviços eleitorais, o distanciamento da Justiça Eleitoral das aldeias, e a falta de conhecimento sobre o processo eleitoral entre as comunidades indígenas.
Plano de Melhorias: Levar serviços eleitorais diretamente às aldeias, com ações de cidadania, palestras, e distribuição de materiais educativos sobre o processo eleitoral.
Resultado Esperado: Aumento significativo do número de indígenas autodeclarados no cadastro eleitoral, promovendo a inclusão eleitoral e cidadania. A expectativa é também o crescimento das candidaturas indígenas nas eleições.
II – Fundamentação Legal, Teórica, Metodológica e Técnica, com as Estratégias Adotadas no Desenvolvimento da Prática:
Fundamentação Legal: O projeto baseia-se na garantia dos direitos eleitorais e na promoção da cidadania, alinhado com a Constituição Brasileira, que assegura aos povos indígenas o direito ao voto e à participação plena nas decisões políticas.
Teórica: A prática se fundamenta na teoria da inclusão social e política dos povos originários, com base na equidade racial e o fortalecimento da democracia, proporcionando acesso igualitário aos direitos de cidadania.
Metodológica: A metodologia do projeto se baseia na implementação de ações de cidadania no território indígena, com o apoio de equipes do TRE/AL que se deslocaram até as aldeias para oferecer serviços eleitorais, palestras educativas e fornecer materiais específicos (cartilhas).
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Estratégias Adotadas:
Ações de Cidadania nas Aldeias: Realização de atividades dentro das aldeias para garantir que os povos indígenas conheçam e participem ativamente do processo eleitoral.
Capacitação e Conscientização: Palestras e oficinas para lideranças e estudantes indígenas sobre a importância da participação política.
Cartilhas Educativas: Publicação e distribuição de cartilhas com dicas sobre o processo eleitoral, adaptadas para a realidade indígena.
III – Dificuldades Encontradas Durante a Implementação:
Logística e Acesso Remoto: A principal dificuldade foi o acesso a algumas aldeias mais remotas, o que exigiu um planejamento logístico detalhado.
Desinformação: Muitos indígenas não tinham informações sobre o processo eleitoral, o que demandou esforços educativos mais intensivos para sensibilizar a população sobre sua importância e seus direitos.
IV – Resultados e Benefícios Alcançados Após a Implementação da Prática:
Aumento Exponencial no Cadastro Eleitoral: O número de indígenas autodeclarados aumentou de 97 em 2022 para 3598 em 2024, representando um crescimento de 3607%. Este resultado reflete a efetividade do projeto.
Maior Inclusão e Representatividade: A ampliação do cadastro eleitoral é um passo importante para garantir maior representatividade e participação dos povos indígenas nos processos eleitorais.
Fortalecimento da Cidadania: O projeto contribuiu para a construção de uma cidadania mais inclusiva, com as comunidades indígenas participando ativamente do processo eleitoral e com maior entendimento sobre seus direitos.
V – Custos e Recursos Utilizados na Implementação da Prática:
Custos: Os custos do projeto foram relacionados à logística para deslocamento às aldeias, à impressão e distribuição das cartilhas educativas e à organização das palestras e workshops.
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Recursos Utilizados:
Recursos humanos do TRE/AL (equipe de assessores, palestrantes, coordenadores do projeto).
Parcerias com líderes indígenas e instituições locais para promover a conscientização e garantir o acesso às aldeias.
Materiais educativos como cartilhas, banners, e folhetos informativos.
VI – Características Inovadoras (Diferenciais) da Prática:
Proximidade com a Comunidade: O diferencial do projeto é a forma como se aproxima da comunidade indígena, levando diretamente serviços eleitorais e palestras educativas para as aldeias, em vez de esperar que a população se desloque até os centros urbanos.
Inovação na Comunicação: A criação de materiais educativos (cartilhas) especificamente voltados para o público indígena, com linguagem adaptada e considerando as especificidades culturais.
VII – Características que Demonstram Facilidade de Replicação da Prática:
Modelo de Ação Simples e Eficiente: O projeto pode ser replicado em outras regiões do país, especialmente em áreas com populações indígenas. A metodologia pode ser adaptada para diferentes contextos e realidades culturais.
Fácil Aplicação Logística: A utilização de equipes itinerantes e parcerias com líderes locais facilita a implementação do projeto em novas localidades.
VIII – Tempo de Implementação:
Início: Dezembro de 2023.
Fase de Implementação: O projeto começou com as ações nas aldeias e culminou com a grande melhoria no cadastro eleitoral.
Conclusão Inicial: O projeto teve início em dezembro de 2023 e o resultado mais visível aconteceu em julho de 2024, com o aumento no cadastro eleitoral.
IX – Conclusão:
O projeto "Meu Título Indígena" representa um grande avanço na inclusão eleitoral dos povos indígenas em Alagoas. Com a implementação de ações diretas nas aldeias, foi possível aumentar em mais de 3600% o número de indígenas autodeclarados no cadastro eleitoral, o que reflete um significativo avanço na cidadania e na representatividade política dessa população. O projeto fortaleceu a democracia e contribuiu para a formação de uma sociedade mais inclusiva. O sucesso da iniciativa também abre portas para a replicação do modelo em outras regiões, promovendo o empoderamento de outros grupos marginalizados.
2024
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